
O que não nos mata nos fortalece

“Em seus últimos anos, Sigmund Freud disse as célebres palavras: Agradeço à vida por nada ter sido fácil para mim.
Ainda que a existência do criador da psicanálise tenha sido repleta de dificuldades, indivíduos como o neuropsiquiatria francês Boris Cyrulnik, que escapou ainda criança do campo de concentração onde morreu toda a sua família, passaram por circunstâncias muito mais dramáticas. Porém, em vez de causar sua destruição, essas experiências aumentaram a sua força e fizeram dele uma pessoa mais sábia.
Trata-se de um processo chamado resiliência, que Cyrulnik comenta em Os Patinhos feios:
A resiliência é a arte de navegar pelas correntezas. Um trauma transtornou o ferido e o conduziu numa direção na qual preferia não ter ido. Pelo fato de ter caído em uma corrente que o arrastou e o levou até uma cascata de problemas, o resiliente recorrerá aos recursos internos impregnados em sua memória e deverá lutar para não se deixar arrastar pelo curso natural dos traumas.
Se a correnteza não nos mata, como diz Nietzsche, acabamos ganhando uma experiência essencial que nos ajudará a salvar a nós mesmos e as demais pessoas em futuras provações.”